Mirante-O Podcast do OP-Episódio 29/2023

 
 
Olá pessoal,

Publicamos hoje  o quinto episódio da temporada sobre “O sexual na Pólis”: “O impacto estético na arte e na psicanálise” quando contamos com a colaboração do nosso colega Luiz Meyer, da SBPSP, e do arquiteto e professor de história da arte Pedro Boaventura.  
 
Segue o link do Spotify
 

Temporada: O sexual na polis

Episódio: O impacto estético na arte e na psicanálise

Em seu ensaio sobre “O Moisés de Michelangelo”, Sigmund Freud descreve suas frequentes visitas à Igreja de San Pietro in Vincoli, em Roma, para contemplar a escultura de Michelangelo. Ao defrontar-se com a obra, ele é tomado por uma emoção profunda. Freud diz: “Uma disposição racionalista ou analítica se rebela em mim contra a possibilidade de me emocionar sem saber por que e o que me emociona”. Ao afirmar que “nenhuma outra escultura produziu jamais tão poderoso efeito”, Freud destaca o impacto estético de estar diante de algo que o comove, mesmo sem compreender plenamente o motivo.

Muitos anos mais tarde, o psicanalista André Green, ao visitar a National Gallery em Londres, descreve suas sensações ao deparar-se com a obra “O cartão de Londres” de Leonardo da Vinci: “A primeira reação foi de encantamento, como a aurora de um dia de verão. Essa impressão deveria corresponder ao que se sente quando um véu se rasga ou se ergue, removendo o obstáculo que impede a visão clara do dia iluminado pelo sol.”

O que ocorre em uma experiência estética? Em 1908, Freud compara os devaneios e fantasias dos adultos com as brincadeiras infantis. A criança expressa seu mundo imaginário ao brincar de ser adulta, envolvendo-se em jogos, imitações e encenações que refletem as situações cotidianas dos mais velhos, como brincar de “papai e mamãe”.

O contato com o estético, por meio das diversas linguagens artísticas, proporciona prazer e deleite, mas também instiga a inquietude diante da ausência de respostas claras sobre o que nos comove. Desde a antiguidade até os dias contemporâneos, das belas artes às artes abjetas, a experiência estética se desenrola em uma ampla gama de possibilidades, envolvendo fruição, prazer, repulsa e desprezo. 

Existe algo que ressurge no encontro estético? Ao considerar a dualidade entre Eros e Tânatos, como podemos compreender o prazer estético? Seria a arte o único meio de tocar, ainda que precariamente, o humano? 

Esperamos que gostem. 

Equipe de Curadoria 

Beth Mori, Ana Valeska Maia, Gabriela Seben, Gizela Turkiewicz, Helena Cunha Di Ciero e Vanessa Correa 

Categoria: Mirante
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