Mirante-O Podcast do OP 41/2025

       
Olá pessoal,
 
Publicamos hoje mais um episódio do nosso podcast Mirante que se inscreve na 4a. temporada “O sexual na polis”, onde nos perguntamos como o desejo, o amor, o gozo, o conflito e a diferença atravessam a vida coletiva. 
 
E como o diálogo entre o método de trabalho etnográfico do antropólogo e o método do psicanalista — um ‘etnógrafo do desejo’— revela suas aproximações. Ambos os métodos partem da escuta atenta, da observação aprofundada e da interpretação dos discursos, dos gestos e dos sentidos atribuídos pelos sujeitos. Essa convergência metodológica ajuda a entender por que a antropologia e a psicanálise são frequentemente consideradas ciências irmãs.
 
E, para isso, partimos de uma provocação que também dá nome ao episódio: “Totens e tabus: tudo é culpa da cultura?”

Há mais de um século, Freud escrevia “Totem e Tabu”, buscando entender como a cultura se constitui a partir de pactos, interditos e renúncias. No centro dessa hipótese, está um acontecimento traumático — um crime fundador, um gesto de transgressão que funda não apenas a lei, mas também o mal-estar que acompanha a própria experiência de viver em sociedade.

A cultura nasce, portanto, de uma ferida. Uma ferida que jamais cicatriza completamente, porque no coração dos laços sociais pulsa algo que não se domestica: o desejo, a violência, o sexual, a ambivalência entre amor e ódio, entre pertencimento e exclusão.

Mas será que os totens e tabus de ontem ainda operam hoje? De que modo os interditos, os pactos, as normas e os fantasmas que sustentam a vida coletiva estão se reorganizando na contemporaneidade? O que hoje não se pode desejar, dizer, viver? E, sobretudo, que novos tabus estão sendo produzidos em nome de ideias de progresso, de liberdade ou de pertencimento?

Para nos ajudar a atravessar essas questões, recebemos Michel Alcoforado, antropólogo, comunicador, colunista e apresentador do podcast “Tudo é culpa da cultura” e a colega Marina Massi, psicanalista da SBPSP que, assim como nós, investiga as ressonâncias do mal-estar na cultura, os efeitos da norma sobre o desejo e os modos como o sujeito se engendra nesse campo tensionado entre lei, gozo e laço social.

O que permanece indomável? O que não se enquadra? Quais pactos precisam ser reinventados para que possamos viver juntos, reconhecendo o desejo e suas diferenças, sem sucumbir às novas formas de intolerância, violência ou silenciamento?

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Forte abraço,
 
Equipe de Curadoria: Beth Mori (SPBsb), Ana Valeska Maia (SPFOR), Cris Takata (SBPSP), Gabriela Seben (SBPDEPA), Giuliana Chiapin (SBPDEPA), Lina Schlachter (SPFOR), Vanessa Corrêa (SBPSP). Para a realização deste episódio, agradecemos especialmente à colega psicanalista Marielle Kellermann (SBPSP) cuja generosa mediação nos aproximou de Michel Alcoforado. 
Categoria: Mirante
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