Bom dia Colegas
Hoje, dando sequência aos textos dos candidatos da América Latina ao BOARD da IPA, publicamos o ensaio da nossa colega Magdalena Filgueira da Associação Psicanalitica do Uruguai (APU), uma das candidatas a nos representar no Board da IPA.
Agradecemos Magdalena por ter respondido prontamente ao nosso convite de escrever sobre um acontecimento da atualidade para o OP.
Forte abraço, equipe de Curadoria
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Ensaios sobre acontecimentos sociopolíticos, culturais e institucionais do Brasil e do Mundo.
A metanovela sociopolítica do Uruguai
Magdalena Filgueira (APU)
O campo problemático que sucintamente coloco neste texto é: por que não foi possível transformar – como foi argumentado que seria feito – o Sistema Nacional de Educação Pública, na década de 2005 a 2015, no Uruguai, quando a Frente Amplio estava governando?
Resistência que tenho investigado, desde a psicanálise como teoria, como técnica e como metodologia de pesquisa, já que é a que nos permite entender como é que, junto com a presença do desejo de mudança, encarnado em um programa governamental, proposto e apoiado por um número significativo de forças progressistas, encontra um magnânimo obstáculo, resistência e impasses quando se trata de atravessar o Imaginário Fantasmático Simbólico, Real que nos reúne como república, como nação; revelando uma polpa fantasmática que se envolve em torno de uma Metanovela nacional. Uma metanovela que torna-se um sintoma, um laço constitutivo identitário que se relança uma e outra vez em um círculo de repetição gozoso e angustiante, como todo sintoma, em uma dimensão cultural e social.
Pesquisa que encontra e teoriza a existência de uma estrutura social fantasmática que, tal qual uma grande, uma mega novela, que chamei, por isso mesmo, uma meta-novela que, assim como uma formação discursiva e histórica, pertencente ao tempo fundacional do Uruguai, opera e funciona como um metarrelato que mesmo em sua decadência, mesmo na formulação de sua inevitável e necessária queda, resiste à sua transformação, pois reúne e impulsiona grandes identificações, mancomunando os uruguaios.
Proponho refletir sobre como o vasto campo da educação se localiza dentro desses grandes metarrelatos, que, em estreita relação com a história na era moderna, constitui um aspecto relevante dentro dos discursos fundadores do Uruguai como um país republicano. Quanto são especialmente as políticas educacionais o cenário singular e privilegiado, considerando o eixo diacrônico, desde os tempos da fundação do Estado-Nação até o presente, e seguindo o eixo sincrônico dos últimos anos, podemos analisar a ligação entre o anterior e o atual, entre a reforma educacional fundacional, e a reforma prometida na década de 2005 a 2015, para poder “psicanalisar” as dificuldades que surgirão mais tarde, no momento de realizar profundas transformações educacionais.
A indagação foi realizada e analisada sob a perspectiva da psicanálise, como teoria-práxis, como experiência e método que mostra, enuncia, que torna visível e possibilita que um campo de problemas se manifeste, se explicite, se resolva analisando as resistências como forças que tendem a preservar as identificações obtidas resistindo às mudanças. A psicanálise como um dispositivo gerador de condições de possibilidades, de poder causar subjetividade seja na dimensão singular, institucional ou nacional; como um dispositivo capaz de analisar e projetar a evolução dos processos de transformação do ensino e da aprendizagem, de planejar políticas das didáticas que contemplem a formação de professores, que permitam a geração de novas formas de abordar a aprendizagem com base em configurações de vínculos, nos núcleos de formação de e com crianças, adolescentes e jovens, priorizando aqueles que provêm de setores de grande vulnerabilidade social, sobre os quais recai uma profunda desigualdade iniciática, com a concomitante violência social estrutural que os acolhe e os espera na sua chegada ao mundo.
Foi um desafio complexo assumido pelo governo nacional do Uruguai no período em consideração, produzir reformas profundas e verdadeiras na educação, – seguindo a diacronia do discurso fundador – para alcançar transformações nas estruturas sociais, econômicas e políticas, que, uma vez conseguidas, aprofundariam as mudanças nos processos educativos, cortando a reprodução do anterior, que, mesmo sem querer, se repete.
O quanto a psicanálise pode contribuir para a compreensão dos fenômenos sócio-políticos!
Para saber mais veja no site a seguir a publicação da tese completa:
https://www.colibri.udelar.
(Os textos publicados são de responsabilidade de seus autores)
Tradução: Samantha Nigri (SBPRJ)
Revisão Técnica: Laura Verissimo de Posadas (APU)
Imagem: Ofélia, John Everett Millais (1852)
Categoria: Política e Sociedade
Palavras-chave: Metanovela, Político-social, Identidade, Sintoma-Uruguai
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Texto Original em Espanhol
Observatorio Psicoanalítico – OP 379/2023
Ensayos sobre acontecimientos sociopolíticos, culturales e institucionales en Brasil y en el Mundo
Metanovela político- social del Uruguay
Magdalena Filgueira (APU)
El campo problemático que planteo sucintamente en este texto es: ¿por qué no se pudo transformar, -cómo se sostuvo que se haría-, el Sistema Nacional de Educación Pública, en la década de 2005 a 2015, en Uruguay, cuando gobernaba el Frente Amplio?
Resistencia que he indagando, desde el psicoanálisis como teoría, como técnica y como metodología de investigación, dado que es aquel que puede permitir comprender cómo es que junto a la presencia de los deseos de cambio, plasmados en un programa de gobierno, propuesto y apoyado por un caudal importante de fuerzas progresistas, se tropiece con magnánimo obstáculo, con resistencias y con impasses a la hora de atravesar la fantasmática imaginaria, simbólica, real, que nos reúne como república, como nación; quedando al descubierto que se esa pulpa fantasmática se anuda en torno a una Metanovela nacional.
Metanovela que se vuelve síntoma, lazo constitutivo identitario que se relanza una y otra vez en un circuito de repetición gozoso y angustiante, como todo síntoma, en una dimensión cultural y social.
Investigación que encuentra y teoriza la existencia de un entramado fantasmático social que al modo de una gran, una mega novela, que he llamado, por eso mismo metanovela que, al modo de formación discursiva e histórica, perteneciente al tiempo fundacional del Uruguay, que opera, y funciona como metarrelato que aún en su descaecimiento, aún en la formulación de su inevitable y necesaria caída, se resiste a su transformación, en tanto reúne y propulsa grandes identificaciones, mancomunando a los uruguayos.
Propongo reflexionar cómo se ubica dentro de los grandes metarrelatos, el vasto campo de la educación, que en estrecha relación con la historia en la era moderna, compone una vertiente relevante dentro de los discursos fundantes del Uruguay como país republicano. Cuánto son especialmente las políticas educativas el escenario singular y privilegiado, considerando el eje diacrónico, desde los tiempos de la fundación del Estado-Nación a la actualidad, y siguiendo el eje sincrónico en los últimos años podemos analizar el vínculo entre lo anterior y lo actual, entre la reforma educativa fundacional, y la reforma prometida en la década del 2005 al 2015, poder “psicoanalizar” las dificultades que se suscitaran posteriormente, a la hora de efectuar transformaciones educativas profundas.
La indagación fue realizada y analizada desde el psicoanálisis, como theoria-praxis, como experiencia y método que, muestra, enuncia, que torna visible y hace posible que algún campo de problemas se manifieste, se explicite, se dirima al analizar las resistencias como fuerzas que tienden a conservar las identificaciones logradas resistiéndose al cambio. Psicoanálisis como dispositivo generador de condiciones de posibilidad, de poder causar subjetividad sea en la dimensión singular, institucional o nacional; como dispositivo para poder analizar y proyectar el devenir de los procesos de transformación de la enseñanza y de los aprendizajes, para planificar políticas de las didácticas, que contemplen la formación docente, que permitan generar formas nuevas de abordar los aprendizajes basados en las configuraciones vinculares, en los núcleos de crianza de y con niños, adolescentes y jóvenes, jerarquizando aquellos que provienen de sectores de gran vulnerabilidad social, sobre los cuales recae una profunda desigualdad iniciática, con la concomitante violencia social estructural que los acoge y les espera en su llegada al mundo.
Fue un complejo desafío que tomó el gobierno nacional del Uruguay en el período considerado, el de producir profunda y verdaderas reformas en la educación, -siguiendo la diacronía del discurso fundador- para lograr transformaciones en las estructuras sociales, económicas y políticas, las que una vez logradas profundizasen los cambios en los procesos educativos, cortando la reproducción de lo anterior, lo que aun sin querer, se repite.
¡Cuánto puede el psicoanálisis aportar a la comprensión de los fenómenos socio políticos!
Publicación de la Tesis completa:
https://www.colibri.udelar.
(Los textos publicados son responsabilidad de sus autores)
Imágen: Ophelia de Everett (1852)
Categoría: Política y Sociedad
Palabras clave: Metanovela- político-social-
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