Olá colegas, boa tarde
Publicamos mais um ensaio sobre os últimos eventos ocorridos em nossa capital brasileira. Agradecemos a colega Alicia Killner, da APA (Associação Psicanalítica da Argentina) que, como Mariano, nos oferece sua elaboração sobre esses acontecimentos.
Bem-vinda Alicia em nosso grupo do OP.
Beth Mori e equipe de Curadoria do Observatório Psicanalítico
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Ensaios sobre acontecimentos sociopolíticos, culturais e institucionais no Brasil e no Mundo
Afetação da lei
Alicia Killner – APA (Associação Psicanalítica da Argentina)
Não há nada mais decepcionante para nossa geração do que ver novamente o desprezo pela democracia ou pela decisão da maioria. Quando fica claro que o que está sendo defendido são interesses de classe, não há muito mais a dizer. Mas quando aqueles que encarnam a revolta, como em Washington ou Brasília, não parecem pertencer a nenhuma classe particularmente favorecida por aqueles que os induzem à ação e ao caos, a explicação se torna um ponto de interrogação que cola uma lasca em nosso pensamento.
A chave fácil do “interesse seccional” desaparece diante das questões mais obscuras das massas e de seus ideais.
Não há dúvida de que os Amós sabem como capturar a alma de nosso tempo. É necessário um canalha, da forma como Lacan o descreveu, alguém que, nas palavras de Agamben, se apresenta como uma exceção à lei. O lado soberano do Estado de exceção facilita sua ação, mas também o afeta pessoalmente.
Um sujeito que maltrata as mulheres, obscenamente dita sobre seus corpos, põe fogo na floresta que o mundo respira, alegremente se entrega aos seus caprichos irracionais, nega os relatórios científicos sobre a COVID, as vacinas e, claro, sobre a mudança climática, que não tem nenhum problema em ser vulgar, diríamos que ele sabe gozar de sua vulgaridade e de sua arrogância enquanto come frango frito do Kentucky Fried Chicken na Flórida. Trump, por todos os lados, exportou seus riots dos Três Reis. Todas as impressões digitais apontam casualmente para a comitiva de Trump em sua colaboração bolsonarista.
Vivemos em uma “guerra civil legal”, como diria Aganbem.
A estratégia é provocar, destruir, atacar os emblemas simbólicos do Estado de direito. Percorrer irreverentemente os recintos consagrados à consolidação de uma possível ordem.
Talvez o fracasso consista no fato de que, depois de tanta destruição, eles não tenham palavras para continuar. Parecem participar, no fundo, da mesma perplexidade geral: e agora?
Mas o Estado de exceção, diz W. Benjamin em sua oitava tese de filosofia – que ele escreveu pouco antes de morrer pelas próprias mãos para evitar que caísse nas mãos dos nazistas – é a regra do nosso tempo.
Assim, o que parece pertencer ao campo fora da sessão psicanalítica, se intromete nele, afetando o que da lei nos diz respeito a todos, o que da lei funda a estrutura.
(Os textos publicados são de responsabilidade de seus autores)
Categoria: Política e sociedade
Palavras-chave: Lei, Ordem simbólica, Estado de exceção, Massa, Senhor.
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Observatorio Psicoanalítico – OP 362/2023
Ensayos sobre acontecimientos sociopolíticos, culturales e institucionales en Brasil y en el Mundo
Afectación de la ley
Alicia Killner – APA – Asociación Psicoanalítica Argentina
Nada más decepcionante para los de nuestra generación que ver otra vez el desprecio por la democracia o por la decisión de la mayoría. Cuando está claro que lo que se defiende son intereses de clase no hay mucho más que decir. Pero cuando los que encarnan la revuelta, como en Washington o en Brasilia no parecen pertenecer a ninguna clase particularmente favorecida por quienes los inducen a la acción y al caos, la explicación se transforma en un interrogante que nos clava una astilla en el pensamiento.
La clave facilista del “interés sectorial” se desvanece frente a cuestiones más oscuras que son las masas y sus ideales.
No hay duda de que los Amos saben capturar el alma de nuestro tiempo. Se precisa de un canalla, al modo en que lo describiera Lacan, alguien que al decir de Aganbem se plantea como excepción a la ley, el bando soberano del estado de excepción le facilita la acción, pero también le atañe en lo personal. Un sujeto que maltrata a las mujeres, dictamina obscenamente sobre sus cuerpos, incendia la foresta por la que respira el mundo, se entrega gozosamente a su capricho irrazonable, desmiente los informes científicos sobre el COVID, las vacunas y por supuesto también el cambio climático, que no tiene problema alguno en mostrarse vulgar, diríamos que sabe bien gozar de su vulgaridad y de su prepotencia mientras come pollo frito en un Kentucky Fried Chicken de Florida. Trump, a todas luces ha exportados sus riots de Reyes Magos.
Todos las huellas digitales apuntan casualmente al entorno de Trump en su colaboración bolsonarista. Vivimos en una “guerra cilvil legal” dirá Agamben
La estrategia es provocar, destruir, atacar los emblemas simbólicos del estado de derecho. Pasearse irreverentes por los recintos consagrados a consolidar un orden posible. Tal vez el fracaso (felizmente) consiste en que después de tanto destrozo les falta letra para continuar y parecen participar en el fondo de la misma perplejidad general, Y ahora qué?
Pero el estado de excepción, dice W.Benjamin en su octava de tesis de filosofía que escribiera muy poco antes de morir por mano propia para no caer en manos de los nazis, es la regla de nuestro tiempo.
Así eso que parece pertenecer al campo del afuera de la sesión psicoanalítica se inmiscuye en ella afectando lo que de la ley nos atañe a todos, lo que de la ley funda la estructura.
(Los textos publicados son responsabilidad de sus autores)
Categoría: Política y Sociedad
Palabras-clave: ley, orden simbólico, estado de excepción, masa, Amo
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