Ensaios sobre acontecimentos sociopolíticos, culturais e institucionais do Brasil e do Mundo.
Breves considerações sobre a Pandemia que nos vive!
José Alberto Zusman (SPRJ)
A pandemia, que já dura 02 anos, chega ao seu terceiro ano com certa esperança a ser confirmada com o tempo. Como o título acima afirma, não podemos fazer grandes afirmações porque, no fundo, é a epidemia que nos vive e não vice versa. Estamos ainda torcendo que ela passe a nos viver de forma mais amena. Há, contudo, importantes lições que ela já nos deixou e que merecem registro para que não caiam em esquecimento.
Nossa compreensão de proteção mudou. Antigamente, quando deparados com uma virose distante, vamos dizer na China ou na África, por mais que nos preocupássemos pelo infortúnio alheio, nos sentíamos protegidos pela sorte de estarmos longe desses acontecimentos distantes. Agora, uma variante identificada na África do Sul, denominada Ômicron, dominou a terra em um mês. Estamos aprendendo, na prática, que nosso mundo é realmente menor do que pensávamos. Não há fronteiras para os vírus (o mesmo valendo para as alterações climáticas: não há uma árvore derrubada que não afete todo o nosso planeta).
A Globalização, em grande parte conseguida por meio dos avanços aéreos pós segunda guerra mundial, trouxe como bônus nossa aproximação das maravilhas dos cinco cantos da terra, mas, como em todas as situações, também trouxe o ônus de repartirmos todas as desgraças que antes seriam eventos locais ou regionais. Hoje, mais que nunca, entendemos a consideração prática da teoria do caos, advinda da física, ao afirmar que tudo está interligado no nosso planeta. Um espirro dado de um lado do mundo passou a ser um mero aviso, para o outro lado, de que tem uma febre chegando, e rápido. Temos que renunciar ao nosso velho sentimento de proteção!
A desigualdade social mata! Em nome da nossa sobrevivência precisaremos mudar nossa relação com o próximo e com nosso planeta. Não por altruísmo, como antes pensávamos, mas pelo mais verdadeiro egoísmo. Caso não cuidemos dos vulneráveis (palavra da vez), eles nos matarão não por mal, mas por meio das suas variantes virais. É simples assim. Posto de forma mais clara: ou o mundo mais rico aprende a mandar remédios, vacinas e alimento para o mundo mais pobre ou, de um jeito ou de outro, morreremos todos da mesma forma.
Enfim, descobrir que estamos todos juntos e não temos para onde ir, pode ser libertador ao possibilitar a mudança da nossa visão de mundo e nossa relação com o próximo. Ou seja, ou cuidamos de tudo e de todos, ou não sairemos desta difícil nova situação que, pela primeira vez, nos encontramos. Somos nós que decidiremos se iremos viver no céu ou no inferno aqui na terra. Façam suas as nossas escolhas. Afinal, querendo ou não, estamos todos juntos num pequeno barco em eterno movimento!
(Os textos publicados são de responsabilidade de seus autores)
Colega, click no link abaixo para debater o assunto com os leitores da nossa página no Facebook
https://www.facebook.com/