Mirante-O Podcast do OP-Episódio 30/2024

Olá colegas, 

Com alegria divulgamos o 1º. episódio deste ano do nosso podcast Mirante: “Sonhos na contemporaneidade: entre a neurociência e a psicanálise”. Para conversar conosco sobre o tema estiveram conosco o neurocientista Sidarta Ribeiro e o psicanalista Pedro Coli (SBPSP). 

Como sabem, vocês encontram o nosso podcast nos principais tocadores de áudio. E para nós, da equipe de Curadoria do Observatório Psicanalítico da FEBRAPSI, é importante sabermos a opinião de todos. Avaliem o nosso programa e compartilhem conosco suas impressões sobre o que achou deste episódio. E se gostarem, divulguem para os seus amigos e nas suas redes sociais.

Segue o link do Spotify

https://open.spotify.com/episode/1b4u2ggBKdJ7gxIH6LuFt1?si=c0d156be3557491e

Segue uma apresentação do Programa..

Temporada: o Sexual na Polis

Episódio: Sonhos na contemporaneidade: entre a neurociência e a psicanálise

Na aurora do século XX, Freud publica “A interpretação dos sonhos”, livro que também representa a entrada da psicanálise na cultura moderna, um marcador da ruptura com o século XIX, constituindo um novo futuro sobre a compreensão da vida mental humana. 

O significado dos sonhos sempre intrigou a humanidade, ao passo que foi descredenciado ou combatido em determinadas épocas e culturas. Freud criticou a posição médica vigente de seus contemporâneos, evidenciando a rigidez científica que impossibilitava alcançar o significado psicológico de um sonho. E constatou, com assombro, “que a visão dos sonhos que mais se aproximava da verdade era a não médica, mas a popular.” 

Freud mergulhou em suas próprias lembranças oníricas e de seus pacientes e, em 1895, escreveu “O sonho da injeção de Irma”, quando concluiu que o sonho é uma realização de desejo. 

Mas o que é o desejo? Em psicanálise, o desejo está atrelado ao inconsciente, passa por conteúdos reprimidos, daí seu caráter deformado, deslocado, condensado e figurado. Um sonho nos leva a um espaço tão íntimo que conduz à seara do inconfessável, algo muitas vezes contraditório diante da imagem que a pessoa tem de si.   

No entanto, culturas que preservam interpretações milenares podem ter uma visão diferente dos sonhos e sua relação com os desejos. Na tradição Yanomami, por exemplo, o sonho remete principalmente aos desejos e intenções de outros. Ao sonhar, acreditam, há uma maior susceptibilidade a experiências de alteridade. Há uma conexão cosmológica entre natureza e espírito no sonho.

Ao mesmo tempo, é fato que pouco se tem dormido. De acordo com dados de estudos de 2023 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao sono, entre elas, a insônia. Há vários estudos que relacionam a insônia à hipertensão, diabetes, regulação emocional ineficiente, problemas cognitivos, entre outras questões. 

Diante disso, nos questionamos: atualmente, como vivenciamos os sonhos? Quais as funções do sono e dos sonhos? Diante dos avisos de culturas ancestrais acerca da “Queda do céu” é urgente reaprendermos a sonhar?  Os sonhos continuam a ser nossos oráculos, a nossa via régia? 

Forte abraço, equipe de Curadoria

Categoria: Mirante
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