Mirante-O podcast do OP-episódio 21/2023

 
Mirante
 
 
Bom dia colegas 
 
Já está no ar o novo episódio do Mirante. Trata-se do nono programa na Temporada Psicanálise e Democracia sobre a Arte e a Política.
 

“Pode-se dizer que de 1965 a 1969, boa parte dos artistas brasileiros pretendia, ao fazer arte, estar fazendo política”, disse a filósofa Otilia Arantes sobre o que inquietava o cenário das artes no final dos anos 1960. 

A partir de 1968, com o AI- 5, a censura e a tortura tornaram-se práticas corriqueiras, levadas adiante pelos agentes da Ditadura. As linguagens artísticas foram reprimidas; exposições e bienais de arte foram fechadas. 

Imersos nesse sistema proibitivo, vários artistas burlaram a repressão, como foi o caso de Arthur Barrio ao lançar trouxas de pano ensanguentadas no espaço público, uma referência à tortura e às mortes de presos políticos. Cildo Meireles em 1970 lançava suas “Inserções em circuitos ideológicos”, intervindo no sistema de circulação  capitalista através de seus próprios ícones: o dinheiro e a coca-cola. Em uma das cédulas carimbadas pelo artista é possível ler: “Quem matou Herzog?”

Nesse período, enquanto os artistas assumiam uma posição política contra a tortura e a opressão, o silêncio deu a tônica na nossa instituição psicanalítica. O episódio da denúncia feita pela psicanalista Helena Besserman Viana contra o então candidato a psicanalista Amílcar Lobo evidenciou a omissão e a conivência da instituição psicanalítica. Amilcar Lobo foi acusado de usar a medicina para avaliar os limites de resistências dos presos políticos à tortura e reanimá-los para novas sessões. 

Passados mais de trinta anos da redemocratização, podemos perguntar:  Como está o cenário contemporâneo que entrelaça arte e política? A ascensão da extrema direita mobiliza propostas de confronto? Os artistas dissidentes conseguiram romper a bolha branca, heteronormativa e masculina que durante séculos dominou o campo da arte? E na psicanálise, quais ações estão acontecendo? As instituições devem se posicionar politicamente diante dos atos antidemocráticos? O que dizer do argumento usado por alguns que isso fere a ética psicanalítica?

Para conversarem conosco sobre essas e outras questões convidamos o curador e arquiteto Diego Matos e o psicanalista Miguel Sayad (SBPRJ).

Segue o link do Podcast do Spotify:


Categoria: Mirante
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