Comunidade e Cultura
A Diretoria de Comunidade e Cultura foi criada na gestão 2015-2017 da FEBRAPSI, para coordenar e articular ações que estabeleçam o diálogo entre a psicanálise e outras áreas do conhecimento, visando a sua aproximação dos campos social e da cultura. Pretende-se a expansão da psicanálise, inserindo-a cada vez mais na cultura e na comunidade, como prática cuja escuta ultrapassa a clínica privada.
Daremos continuidade a trabalhos realizados por várias federadas, por meio de grupos organizados e de psicanalistas que, de forma autônoma, são sensíveis às questões que afetam as cidades, imprimindo maior incentivo aos movimentos de articulação da psicanálise com a comunidade artística, científica, política, social (organizações e movimentos populares), ambiental etc.
São tarefas dessa diretoria:
- Organizar o Congresso de Psicanálise em Língua Portuguesa quando este for sediado no Brasil.
- Promover encontros periódicos das federadas ou de seus representantes, visando a troca de experiências e a geração de novos projetos, assim como estimular a realização de atividades psicanalíticas que promovam reflexões a respeito do ambiente social e cultural em que vivemos.
- Promover anualmente a Jornada de Comunidade e Cultura, dando espaço e expressão aos seus objetivos acima mencionados. As jornadas reúnem diretores de comunidade e cultura das federadas e profissionais de outros campos: antropólogos, filósofos, literatos, artistas, ativistas dos direitos humanos, e àqueles que se interessem pela interlocução com a psicanálise.
A Diretoria de Comunidade e Cultura coordena a Comissão de Estudos Psicanalíticos sobre Racismo e Práticas Antirracistas (Psicanálise, Racismo e Práticas Antirracistas).
- a Comissão objetiva aprofundar o conhecimento sobre o pensamento colonial, as relações raciais e o racismo estrutural no Brasil, visando maior compreensão sobre o tema,
- a Comissão pretende pensar em dispositivos que ampliem a aproximação da população negra e indígena do conhecimento psicanalítico,
- a Comissão visa trazer a riqueza da diversidade do Brasil para o ambiente psicanalítico,
- a Comissão pretende estudar com a finalidade de formular ações antirracistas no campo psicanalítico.
Cada presidente das federadas indica um representante de sua respectiva sociedade para compor a referida comissão.
No levantamento realizado pela Diretoria de Comunidade e Cultura junto às federadas identificamos as seguintes atividades que vêm sendo desenvolvidas:
- clínicas de atendimento às comunidades, algumas funcionando nas instituições psicanalíticas há décadas, e atendendo em psicanálise a todo tipo de demanda – adultos, crianças e adolescentes, casais e famílias, mães-bebês;
- experiências de trabalho psicanalítico com grupos em comunidades;
- atividades relacionadas às artes plásticas, cênicas, cinema e literatura;
- palestras abertas ao público;
- atividades de extensão – cursos e grupos abertos de estudos, voltados para: infância e adolescência, família e casal, autores psicanalíticos, introdução à psicanálise, contribuições à clínica psicanalítica e estudos literários;
- cursos, palestras e seminários são oferecidos a públicos específicos, como estudantes de psicologia, medicina e áreas afins: introdução à teoria psicanalítica, experiências com Grupos Balint;
- consultorias de análise institucional a grupos, coletivos, serviços de saúde (atenção básica, especializada e hospitais), secretarias de saúde e educação, ministério da saúde (na formulação de políticas como a humanização e saúde mental);
- intervenções em áreas vulneráveis, em situações de desamparo social; em escolas públicas, trabalho em grupo com juízes (área criminal), projeto comunitário ligado à educação estadual;
- mídia local: programas em rádios, blogs e redes sociais da internet (facebook e twiter), jornais;
- parcerias com universidade (pós-graduação em teoria psicanalítica).
A Pesquisa “Psicanálise a Céu Aberto”, realizada em 2016 em parceria Febrapsi e Fepal, traz aspectos que estimulam a reflexão sobre as múltiplas questões sócio-político-culturais que demandam intervenções psicanalíticas de apoio à comunidade com o intuito de garantir os direitos humanos da população.
Em seu relatório a pesquisa coloca inúmeras importantes questões que deverão ser objeto de atenção e aprofundamento: Como temos nos colocado frente a isso? Estariam os psicanalistas atentos a essa demanda? As instituições psicanalíticas estão examinando a si e aos acontecimentos sociais, políticos e econômicos de nosso tempo? Quais os projetos existentes e quantos psicanalistas estão envolvidos? Há espaço institucional para uma discussão sobre esta questão?
Há muito por fazer. O movimento da FEBRAPSI e de suas federadas em direção à comunidade já começou. Contando com o entusiasmo de nossos membros vamos adiante, expandindo e dando as boas-vindas a novos colegas e projetos.
Projetos, palestras, textos (links abaixo)
Morte e Vida Severina, mas qual Severina?
Só-mente mente – um corpo de psicanalistas no social
Responsabilidade Social das Instituições Psicanalíticas
Barbárie, Terrorismo e Paranóia
Precisamos falar sobre suicídio na adolescência
Pesquisa Psicanálise a Céu Aberto DCC Ampliada
Jornal do Observatório Psicanalítico da Febrapsi 2018:
https://febrapsi.org/storage/2018/10/jornal–observatorio-psicanalitico–febrapsi-2018—2a-edicao.pdf
Jornal do Observatório Psicanalítico da Febrapsi 2017:
https://febrapsi.org/storage/2017/11/jornal-observatorio-psicanalitico-febrapsi-2017.pdf