Observatório Psicanalítico OP 574/2025

Ensaios sobre acontecimentos sociopolíticos, culturais e institucionais do Brasil e do Mundo

Sobre o MODELO URUGUAIO de “Transmissão em Psicanálise”

Gladys Franco – APU

Em primeiro lugar, destaquei a palavra “transmissão” com a intenção de condensar a problematização do que frequentemente se enuncia como “formação de analistas”.

O Modelo Uruguaio baseia-se em um trípode que sustenta a confluência de:
        1.      A análise do analista
        2.      O estudo e a discussão teórica da psicanálise
        3.      As supervisões curriculares.

Entende-se que a simultaneidade entre a análise pessoal, a participação nos seminários e a supervisão de pacientes em análise proporciona uma imersão intensa na teoria, na concepção da prática analítica e na cultura psicanalítica. Isso favorece uma captação mais ampla e um melhor entendimento dos processos inconscientes.

O Modelo Uruguaio foi fruto de um processo elaborado entre 1972 e 1974 com a participação de psicanalistas das primeiras gerações e de candidatos (atualmente chamados de “analistas em formação”). Um dos principais objetivos foi eliminar a figura do “analista didata”, que acumulava as três funções: análise “didática”, docência nos seminários e supervisão curricular.

Para garantir a discussão e revisão contínuas de cada função (prática psicanalítica, docência e supervisão), foram criados os seguintes grupos:
        1.      Grupo de Analistas do Instituto
        2.      Grupo de Docentes do Instituto
        3.      Grupo de Supervisores do Instituto

Esses três grupos compõem a Comissão de Ensino do Instituto, por meio de um representante eleito por cada grupo a cada dois anos. O diretor do Instituto é escolhido como um dos membros da Diretoria da Instituição – APU –, também eleito a cada dois anos.

A separação de funções garante a independência da análise pessoal de cada candidato que solicita ingresso no Instituto.

O analista do analista em formação não pode participar de nenhuma instância relacionada ao processo de seu paciente dentro do instituto. A única intervenção do analista ocorre por meio da assinatura de uma declaração atestando que o candidato à admissão no instituto está em análise de alta frequência. Essa declaração deve ser apresentada no momento do pedido de ingresso. O analista de cada analista em formação não terá nenhuma outra participação no percurso do analisando, exceto se houver interrupção do processo analítico sem o acordo do analista. Essa é a única situação que pode motivar uma intervenção direta do analista.

Uma “Comissão de Admissão ao Instituto”, com membros de integração rotativa escolhidos em assembleia, é responsável por entrevistar os
analistas em formação e decidir sobre sua aceitação ou não no Instituto.

Após um período de três anos desde a aprovação do trabalho final de conclusão do Instituto, o novo analista pode solicitar ingresso em qualquer um dos Grupos de Funções do Instituto.

Para integrar o “Grupo de Analistas”, o único requisito é o intervalo de três anos entre a aprovação do trabalho final e o ingresso no grupo. A inserção nesse grupo confere o status de “analista do Instituto”, ou seja, um analista habilitado a atender pessoas que desejam ingressar no Instituto para se tornarem psicanalistas.

Os Grupos de Docentes e Supervisores estabelecem requisitos adicionais para a integração de novos analistas. Esses requisitos incluem:
        •       Grupo Docente: elaboração de uma fundamentação para um seminário
        •       Grupo de Supervisores: produção de um trabalho relacionado à função de supervisão da prática

Periodicamente, são realizados encontros nos quais analistas e analistas em formação, juntos, revisam os fundamentos da transmissão em psicanálise.

(Os textos publicados são de responsabilidade dos autores)

Categoria: Instituições psicanalíticas

Palavras-chave: psicanálise, formação, modelo uruguaio, docência, supervisão

Imagem: Fundadores da APU e alguns familiares. H. Garbarino, V. Maberino, M. Freire, C. Porro, L.E. Prego,J. Galeano, M. Nieto, F. Ramírez, L. Achard, G. Koolhaas, G. Mieres, M. Baranger, W. Baranger, A. Aberastury, J.C. Rey, R. Agorio, A. Garbarino.

Os ensaios do OP são postados no Facebook. Clique no link abaixo para debater o assunto com os leitores da nossa página:

https://www.facebook.com/share/17pi7hisoi/?mibextid=wwXIfr

Nossa página no Instagram é @observatorio_psicanalitico

E para você, que é membro da FEBRAPSI e se interessa pela articulação da psicanálise com a cultura, inscreva-se no grupo de e-mails do OP para receber nossas publicações. Envie mensagem para [email protected]
_____________________________________________________________________________________________

Texto original em espanhol

Observatório Psicanalítico OP /2025

Ensaios sobre acontecimentos sociopolíticos, culturais e institucionais do Brasil e do Mundo

Texto original em espanhol

Acerca del MODELO URUGUAYO de “Trasmisión en Psicoanálisis”

Gladys Franco – APU

En primer lugar he resaltado la palabra “transmisión”, con la intención de condensar la problematización de lo que con frecuencia se enuncia  como “formación de analistas”.

El Modelo Uruguayo  descansa sobre  un trípode que sostiene la confluencia de 1) el análisis del analista  2) el estudio y la discusión teórica del psicoanálisis y 3) las supervisiones curriculares.

Se entiende que la simultaneidad del análisis personal, el pasaje por los seminarios y la supervisión de pacientes de análisis, determina una inmersión intensa en la teoría y la concepción de latarea analítica, favorable a una mayor y mejor captación y comprensión de los procesos inconscientes.

El Modelo Uruguayo fue producto de una elaboración, llevada a cabo entre los años 1972 y 1974, en la que participaron psicoanalistas de las primeras generaciones y candidatos (estos últimos, ahora llamados “analistas en formación”) . Uno de los objetivos fundamentales fue la destitución de la figura del “analista didacta”, que concentraba las tres funciones: análisis “didáctico”, docencia  en los seminarios y supervisiones curriculares . 

Para la imprescindible discusión y revisión permanente de cada función (práctica psicoanalítica, docencia y supervisión)  se fundaron los grupos pertinentes:

1) Grupo de analistas del Instituto
2) Grupo de docentes del Instituto y
3 Grupo de supervisores del Instituto.

(Los tres grupos integran la Comisión de Enseñanza del Instituto a través de un representante que es elegido por el grupo, en cada período -2 años- El director del Instituto, es elegido como uno de los integrantes de la Comisión directiva de la Institución –APU-.que se elige cada dos años.)

La separación de funciones, asegura la independencia del análisis personal  de cada aspirante que solicita ingresar al instituto.

El analista del analista en formación no puede participar en ninguna instancia atinente al proceso de su  paciente en el instituto.

La única intervención del analista se produce a través de la firma de una constancia de que el aspirante a ingresar al instituto se encuentra en análisis de alta frecuencia, constancia que el aspirante debe presentar al momento de solicitar su ingreso al instituto. El analista de cada analista en formación, no tendrá otra participación en la trayectoria del analizando, excepto que el mismo interrumpa el análisis sin el acuerdo del analista. Esa es la única causa que motivaría una intervención directa del analista.

Una “comisión de admisión al instituto”, con integración rotativa elegida en asamblea, es la encargada de entrevistar a los aspirantes a ingresar al instituto y definir el ingreso, o no, de cada aspirante.

 Una vez transcurrido un lapso de tres años luego de aprobar el trabajo final de egreso del Instituto, el nuevo analista puede solicitar su ingreso a cada uno de los Grupos de Funciones del Instituto.

Para integrar el “Grupo de Analistas”, el único requisito son los tres años transcurridos entre la aprobación de su trabajo final y el ingreso al grupo. La inserción en el grupo  lo reconoce en la condición de “analista del Instituto”, es decir, analista habilitante para otras personas que aspiren a ingresar al instituto para ser psicoanalistas. .
El grupo de docentes y también el grupo de supervisores, establecen otros requisitos para la integración de nuevos analistas, que pasan por la elaboración de una fundamentación de seminario (en el caso del grupo Docente) y un trabajo relativo a la función de supervisar la práctica, en el caso del grupo de Supervisores.

Periódicamente se realizan jornadas en las que los analistas y los analistas en formación, en conjunto,  revisan los fundamentos de la transmisión en Psicoanálisis.

(Los textos publicados son responsabilidad de los autores)

Categoría: Instituciones psicoanalíticas

Palabras claves: Psicoanálisis, formación, modelo uruguayo, docencia, supervisión.

Imagen: Fundadores de la APU y algunos familiares. H. Garbarino, V. Maberino, M. Freire, C. Porro, L.E. Prego,J. Galeano, M. Nieto, F. Ramírez, L. Achard, G. Koolhaas, G. Mieres, M. Baranger, W. Baranger, A. Aberastury, J.C. Rey, R. Agorio, A. Garbarino.

Los ensayos del OP se publican en el sitio web de la Febrapsi: Psicoanálisis y Cultura. Observatorio Psicoanalítico.

También en Facebook. Haz clic en el enlace a continuación para debatir el tema con los lectores de nuestra página:

https://www.facebook.com/share/17pi7hisoi/?mibextid=wwXIfr

Nuestra página en Instagram es @observatorio_psicanalitico

Y para ti, que eres miembro de la FEBRAPSI y te interesa la articulación del psicoanálisis con la cultura, inscríbete en el grupo de correos del OP para recibir nuestras publicaciones. Envía un mensaje a [email protected]

Tags: docência | formação | modelo uruguaio | Psicanálise | supervisão
Share This