Ensaios sobre acontecimentos sociopolíticos, culturais e institucionais do Brasil e do Mundo
SOMOS TODOS RESPONSÁVEIS!
Fernanda Marinho (SBPRJ)
Há três semanas somos diariamente atingidos e violentados em nossos mais caros sentimentos como parte integrante da comunidade humana. Há cenas e relatos que nos fazem fechar os olhos ou os ouvidos, mas não podemos fechar a boca ou a mente! Houve e continua a haver em progressão geométrica seres humanos atingidos e violentados não só em sentimentos, mas na carne, no corpo, no âmago de seu ser, de seu lar, de tudo aquilo que o afirma como gente, gente como a gente.
O que pode justificar ações que levem a esse estado de coisas? Podem acreditar que há algo na esfera digna humana que as justifique? Matar, destruir, arruinar, humilhar, despojar de todos os bens materiais e imateriais, disseminar luto e ódio, ódio crescente e desejo de vingança em um ciclo maligno interminável?
Pois isto aconteceu em Israel, com o ataque terrorista do Hamas, ação de crueldade inominável contra o povo judaico, que se perpetua com a manutenção dos reféns, e acontece em Gaza, com os bombardeios contínuos, em um território de dimensões pequeníssimas e densidade demográfica gigantesca, população em sua imensa maioria de crianças e jovens. O que pode legitimar tal política de Estado, com as consequências de extermínio que assistimos?
Diriam, o Hamas é o único responsável pela mortandade; eu digo, NÃO! Somos todos responsáveis se não alçamos a voz para gritar BASTA! Cessar fogo imediato, libertação dos reféns e negociações para a paz, mediadas pela ONU, único agente com autoridade legítima para conduzir o processo de criação de um Estado Palestino soberano, em coexistência pacífica com o Estado soberano de Israel.
Israel foi atacado de forma brutal e cruel pelo Hamas, que nega o seu direito de existência; Israel tem não só o direito, mas o dever de se defender; defender o seu povo das ameaças e da opressão, proteger e, principalmente, libertar! Proteger das ameaças engendradas no ódio e pelo ódio, que só tendem a se multiplicar e espalhar sem restrição territorial; e libertar do jugo opressor da perpetuação do domínio sobre um outro povo. E isto jamais será alcançado com práticas belicistas, de estímulo à discriminação e ao revanchismo.
Um acordo de paz, esta sim é a real via para a preservação da integridade de Israel, da qual faz parte inerente, a integridade do povo palestino, a integridade de todos os povos!
(Os textos publicados são de responsabilidade de seus autores)
Palavras-chave: paz, terror, integridade, opressão, responsabilidade
Categoria: Política e Sociedade
Imagem: Aperto de mão entre Yitzhak Rabin e Yasser Arafat em 13/9/93, sob olhar atento do ex-presidente americano Bill Clinton, na Casa Branca, a partir dos Acordos de Oslo que prometiam a paz entre Israel e Palestina
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