Mirante – PODCAST OP – 43/2025

 

Olá, queridas e queridos ouvintes do Mirante, o podcast do Observatório Psicanalítico

Hoje publicamos o episódio “Casais: Felizes para sempre?”

Para pensar as questões sobre o tema tivemos  a alegria de receber duas psicanalistas que admiramos profundamente, que escrevem com coragem e delicadeza sobre gênero, corpo, violência e desejo: Tania Rivera (UFF) e Helena Cunha Di Ciero (SBPSP).
A experiência clínica psicanalítica nos mostra que as formas de amar mudaram — e seguem mudando. Escutamos, nas entrelinhas dos relatos amorosos, que o casal contemporâneo já não se funda nas mesmas certezas que sustentaram o amor romântico.
Casais que vivem juntos. Casais que vivem separados. Casais que convivem somente aos fins de semana. Mulheres e homens que não querem mais casar. Jovens que transitam entre gênero, lugar e vínculo com uma naturalidade que desafia os modelos tradicionais. O par romântico, que por séculos organizou o desejo, a economia doméstica e até a cidadania, hoje já não sustenta as mesmas certezas.
 

Podemos perguntar, então: que casal é este que se forma hoje? O que está em jogo na vida a dois quando os papéis de gênero, o tempo, o desejo e o próprio sentido de compromisso se tornaram tão móveis?

Sabemos que o amor é sempre uma experiência de descentramento — amar é se colocar em risco, é deixar-se afetar por algo que escapa ao eu. Mas o que acontece quando a cultura contemporânea nos oferece um amor “sob medida”, negociado, revisável, on demand?

A psicanálise é convocada, mais do que nunca, a escutar o amor para além das formas que o enquadravam. Escutar o amor como sintoma, como laço, como invenção singular diante do desamparo.

Se antes o casamento era destino, hoje ele é escolha. Se antes a fidelidade era dever, hoje é contrato. E, no entanto, algo da dor, do ciúme, da solidão, da busca pelo outro permanece.

O casal de hoje — seja ele qual for — continua tentando o impossível: fazer do encontro com o outro algo habitável.

O que sustenta, então, um laço? O que o desfaz? E o que resta do amor quando caem as promessas do “felizes para sempre”?

 
Esperamos que gostem. Para nós foi um prazer escutar Tânia e Helena que iluminaram o campo do amor, da violência e do desejo com uma delicadeza que faz pensar e faz sentir. 
 
Comentem conosco o que acharam sobre esse episódio. E, se gostaram, recomendem nosso programa para os amigos.
 
Abraços, equipe de Curadoria.
 
Categoria: Mirante
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