Olá, Colegas, boa tarde…
Publicamos, hoje nos tocadores de áudio, o 10o. episódio da 4a. temporada “O sexual na Polis” do nosso Podcast “Mirante”. Desta vez buscamos dialogar sobre “A poética das cidades”.
Para quem está nos acompanhando no Mirante, verá que o tema das Cidades pedia que pensássemos sobre as intervenções poéticas que ocorrem em nossas cidades. Dentre os últimos acontecimentos, a pulsão de “ver”, após termos pensado sobre a pulsão do “conhecer”, se fez necessária. O que vemos e o que não vemos enquanto transeuntes (participantes ativos ou não) das cidades?
Para além do caos e da violência intrínsecas ao asfalto, às paredes, aos muros, há espaços e manifestações nas ruas que escapam do concreto e convidam os olhos a criarem pontes entre o mundo externo e a psiquê, capturando a imaginação e retirando os moradores da dureza e saturação cotidianas.
A Psicanálise, desde seus primórdios, interessa-se pelos limites entre o “dentro e o fora”. Conceitos como “mundo interno” e “realidade psíquica” mostram que o sujeito, em constante interação com o entorno, olha e interpreta a realidade externa a partir de sua subjetividade.
Freud se ocupou, por exemplo, de pensar nos mecanismos da cegueira psicogênica: quais motivos inconscientes levavam uma pessoa com a visão intacta (do ponto de vista orgânico) a deixar de enxergar? As interdições neuróticas ligadas à própria sexualidade podem ser fortes o suficiente para extinguir a visão.
Nesse sentido, o que se vê na pólis pode abrir caminhos para o desejo: arranjos, sons, imagens, cenas espontâneas ou intervenções pessoais e intencionais como pichações, grafites, performances e obras de arte das mais variadas naturezas que, ao serem expostas nas ruas, têm função estética e política: provocam mudanças.
A esperança, assim, mora no fato de que os muros, símbolo das resistências, subversivamente, sempre receberão inscrições artísticas e trarão novas aberturas. Se a palavra, representante da alteridade, puder tocar aquele que passa, abre-se um campo poético que permite novas construções de sentidos, novas narrativas e reparações.
Dentro da série “O sexual na pólis”, para falar conosco nesse episódio que se propõe a investigar “A poética das cidades” convidamos o artista Cauê Maia e o psicanalista (da SBPSP) Ricardo Trinca que, cada um à sua maneira, têm contribuído para a construção da poética em suas cidades.
Esperamos que gostem. E comentem por aqui o que acharam.. Seguem os links da Apple Podcast e do Spotify… estamos também em outros tocadores. Forte Abraço, equipe de curadoria do OP.
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