FEBRAPSI CONTRA O RACISMO
A Federação Brasileira de Psicanálise – FEBRAPSI – representando todas as Sociedades Psicanalíticas e Grupos de Estudos Psicanalíticos vinculados à Associação Psicanalítica Internacional (IPA), repudia veementemente mais um ato de violência contra corpos negros.
No dia 19 de novembro, João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, foi vítima de um ato de intolerância e discriminação racial ao ser espancado e assassinado no estacionamento do supermercado Carrefour em Porto Alegre.
O ocorrido acontece às vésperas do simbólico Dia da Consciência Negra, dia de luto e de luta para a população negra, em que o acontecimento de brutal violência reacende as feridas de um passado histórico que teima em permanecer presente.
O racismo estrutural em nosso país tem se mostrado nefasto para o desenvolvimento social, econômico e político.
O conjunto de preconceitos direcionados contra a população negra e indígena encontra-se enraizado no inconsciente e na subjetividade de indivíduos e instituições e se expressa através de ações e atitudes discriminatórias, violentas, cruéis e abomináveis.
A psicanálise tem, como compromisso, a escuta e o olhar para os alardes e atos de segregação contra negros e negras. À medida que provocam o adoecimento e afetam a plenitude subjetiva de suas existências, esses atos influem negativamente nas suas narrativas enquanto homens livres.
A Febrapsi se solidariza com os familiares da vítima, e se manifesta implicada no cuidado à singularidade e liberdade dos sujeitos e contrária a toda forma totalitária de segregação.
Nos dois dias seguintes do ocorrido, 20 e 21 de novembro, a FEBRAPSI realizou o (Pré) 5º Congresso de Psicanálise em Língua Portuguesa onde oportunamente foi lido este manifesto aos participantes do evento.
Enquanto houver exclusão e discriminação, toda a população se manterá adoecida.
Diretoria da FEBRAPSI
Rio de Janeiro, 21 de novembro de 2020.