Carta aberta
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Cessar-fogo. Leia a carta aberta do Conselho Diretor da Febrapsi

12 / julho / 2025

 Cessar-fogo

O mundo enfrenta, atualmente, o maior número de conflitos simultâneos já registrados desde a Segunda Guerra Mundial. A Organização das Nações Unidas estima que cerca de 305 milhões de pessoas precisarão de assistência humanitária em 2025. A amplitude da violência tem se intensificado de forma catastrófica em diferentes regiões. Iêmen, Síria, República Centro-Africana, Camarões, Moçambique e Haiti encontram-se na extensa lista de países que sofrem com guerras e conflitos regionais ou internos duradouros, aos quais se somam Ucrânia e Rússia, Sudão, Índia e Paquistão.

Pela grande imprensa, por parentes, amigos e pacientes nos chegam diariamente relatos desoladores de pessoas e famílias que foram destroçadas, civis e militares que foram mortos ou sequestrados, mulheres vítimas de estupros e crianças severamente traumatizadas em Gaza, em Israel e no Irã.

É urgente denunciar e se opor a essa espiral de ódio e a escalada assustadora de atrocidades.

O crescimento de conflitos armados se dá num contexto de boicote e deslegitimação da ONU, instituição criada após a Segunda Guerra para promover o diálogo, a paz e a segurança internacional. Observamos também que o crescimento das redes sociais tem sido acompanhado pelo desenvolvimento de sofisticadas formas de manipulação de massa, destinadas a promover a disseminação de mentiras, do medo e do ódio. Nas redes, os alvos preferenciais são os imigrantes, as mulheres, os negros e a comunidade LGBTQIA+. Como psicanalistas, sabemos do grande potencial do ódio para mobilizar, cegar e excitar, gerando lucros para quem o promove e dissemina.

Colocamo-nos ao lado daqueles que demandam um cessar-fogo amplo e imediato, a liberação de ajuda humanitária, a libertação de reféns, além da punição exemplar de todos os criminosos de guerra. Solidarizamo-nos com as pessoas – cabe frisar: com todas as pessoas, sem distinção de cor, credo, orientação sexual ou nacionalidade – que estão sofrendo atualmente com os horrores da violência, de massacres e guerras.

O Artigo 3° da Declaração Universal dos Direitos Humanos – com a qual os países membros da ONU estão comprometidos política e eticamente – estabelece que: “Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”. Esse não é um princípio negociável. É chegada a hora de cobrar ativamente que nossos governantes cumpram com a palavra empenhada.

Nenhuma dor é insignificante, nenhum outro nos é estranho ou indiferente, por maiores que sejam as nossas diferenças.

Conselho Dirretor da Febrapsi

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