(1901 – 1983)
Desenvolveu o método de observação da relação mãe-bebê, que consiste em que o observador esteja aberto para receber da dupla mãe-bebê o que vier, ou seja, não há hipótese de trabalho ou fatos a serem observados. Para ela, o fundamental é o observador ter uma postura de que nada sabe, pois se estiver com tudo pronto dentro da sua mente, nada observará.
Esther Bick acreditava que é necessário saber observar para ser psicanalista. Segundo ela, as nossas primeiras experiências emocionais são sentidas primariamente pelo corpo. Inicialmente, o bebê necessita de que as partes de sua personalidade sejam mantidas unidas por um objeto externo que seja continente.
Esse, por sua vez é experimentado pelo bebê concretamente como uma pele. Quando o bebê vive experiências de total desamparo, na ausência desse objeto continente, é assolado por ansiedades catastróficas que correspondem a vivências de estar desmoronando e se esvaziando.
Para lidar com isso, o seu recurso é colar-se à face externa dos objetos – identificação adesiva. Ela associou que, quando há o desenvolvimento precoce de certas aptidões musculares ou verbais do bebê, existe da parte dele uma tentativa de compensar a função defeituosa do continente. Bick deu a esse mecanismo o nome de segunda pele.
Resenha elaborada por Joice Calza, membro filiado do Instituto da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo/ Núcleo de Psicanálise de Campinas e Região.