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Terças na Sociedade – O eu com isso: Afetos em emergências

Terças na Sociedade 

Dia 08 de agosto, às 20h, “Terças na Sociedade – Semeando a Psicanálise” de 2023! O tema dessa edição será “O eu com isso: Afetos em emergências” e quem comandará a discussão será Lia Fátima Christovão Falsarella.

O evento será gratuito! Presencial (sede da SBPRP) e on-line (Zoom).

NÃO PERGUNTEIS POR QUEM OS SINOS DOBRAM…

“Nenhum homem é uma Ilha, um ser inteiro, em si mesmo; todo homem é uma partícula do Continente, uma parte da Terra. Se um Pequeno Torrão carregado pelo Mar deixa menor a Europa, como se todo um Promontório fosse, (…) também a morte de um único homem me diminui, porque pertenço à Humanidade” John Donne (1624).

Há cem anos, Freud publicava O Ego e o Id, obra importantíssima que introduziu outra configuração para o aparelho psíquico que se convencionou chamar A Segunda Tópica. Estabelecia-se ali a complexa dinâmica entre as instâncias ego, id e superego, que se organizam a partir de um todo indiferenciado em continuado atrito em sua superfície perceptiva com o mundo circundante. 

Deriva daí a concepção de um precipitado filogenético nas bases mais profundas do Id, herança do que foi, um dia, o Ego em inteiração com o mundo externo.

Tal modelo reassegura os laços existentes entre o indivíduo e o coletivo, a permeabilidade do sujeito à cultura e a ideia de um aparelho psíquico que, de certo modo, reproduz a cultura.

Do alemão Das Es, pronome neutro que não tem correspondência exata em nossa língua, ficamos com o latim Id, que, a grosso modo, poderia ser traduzido por Isso, o que nos induz a esse curioso jogo de palavras: O Eu com Isso E Eu com isso!?
Freud assinala nesse mesmo texto que “a natureza humana possui um alcance muito maior, tanto para o bem quanto para o mal, do que pensa possuir (…)”

Voltando a Ernest Hemingway, em Por Quem os Sinos Dobram (1940), de onde extraímos a epígrafe: “Quereis ver a crueldade humana em seu fastígio? Estudai as guerras entre irmãos.” 

Talvez respondesse Freud: “Se alguém estivesse inclinado a apresentar a paradoxal proposição de que o homem normal não apenas é muito mais imoral do que crê, mas, também muito mais moral do que sabe, a psicanálise, em cujas descobertas repousa a primeira metade da assertiva, não teria objeções a levantar contra a segunda metade.” Acrescentando: “Esta proposição só aparentemente é um paradoxo”.

O homem traz, dentro de si, tanto o dom da compaixão quanto o dom da crueldade. A natureza humana é realmente multifacetada.

Vagas limitadas!

 

 
 
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