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Não valorizar o passado é perder a memória e a própria identidade. Leia carta aberta da Febrapsi sobre o Museu Nacional do RJ

4 / setembro / 2018

Carta aberta à comunidade científica, endereçada ao presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC:

A Federação Brasileira de Psicanálise – FEBRAPSI sente imensa perplexidade pela tragédia que se abateu sobre o mais antigo patrimônio histórico do Brasil. Sua dor e sua tristeza ecoam em todo Brasil. Muito de nós, ainda crianças, fomos a este museu e com olhos ávidos de curiosidade olhamos as múmias, pela primeira vez na vida, os imensos esqueletos, que naquela época ainda ficavam maiores diante de nosso pequeno tamanho. O que dizer da sensação de estar no local onde monarcas viveram, as louças, os adereços e as roupas? Tudo nos ensinava como numa época mais antiga as pessoas se vestiam e viviam. Nunca esquecemos e nem esqueceremos esta primeira visita. Mais tarde, levamos nossos filhos que, para nossa alegria, também se inebriaram com a beleza e riqueza deste museu, testemunha viva de nossa história. Hoje, perplexos percebemos que não poderemos mostrar este museu do jeitinho que nós o vimos pela primeira vez. Apesar da luta de vocês por todos esses anos, muitas preciosidades foram perdidas. Perdas irreparáveis! Não valorizar o passado é perder a memória e com isso a própria identidade. Perde o Brasil mais uma vez.

Aproveitamos para parabenizá-los pelo esforço de todos vocês em manter e proteger durante todos esses 200 anos esta relíquia que é o Museu Nacional.

Anette Blaya Luz
Presidente

Rosa Maria Carvalho Reis
Secretária Geral

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